Qual é a história da sua maior saudade?

As histórias de maior saudade são as que eu não pude viver ou concluir, são as histórias interrompidas, porque as pessoas que faziam parte da minha trama de vida já não estão aqui para compartilhá-las comigo. São as palavras adiadas, os gestos contidos, as escolhas das quais eu não tinha absoluta certeza.

O que o emociona em seu dia a dia?

O regozijo com as coisas simples, como a natureza seguindo seu curso: uma flor rompendo o concreto, a capacidade de nos comunicarmos com os animais, com outras formas de vida, mesmo considerando a premissa – talvez simplista – de que não falamos a mesma língua. Isso envolve as relações humanas, sem dúvida, e a capacidade de sermos solidários nas adversidades porque compartilhamos, sim, uma experiência comum.

Como você se imagina no amanhã?

Não costumo me imaginar no amanhã, mas guardo uma esperança engajada para os dias que virão. Imagino esse amanhã construído coletivamente para superar os obstáculos que não permitem que muitos tenham o direito de sonhar o futuro. A esperança engajada é a espera não passiva, deveremos ser a mudança que queremos ver no mundo, como disse Mahatma Gandhi.

Quem é Itamar Vieira Junior?

Itamar Vieira Junior é um homem inquieto, que não se esquiva de viver intensamente as coisas que o afetam. Tem um olhar atento para o mundo à sua volta. Está sempre disposto a aprender e escreve para se sentir vivo.

Retrato colorido de Itamar Vieira Junior. Ele aparece dos ombros para cima, vestindo camisa azul, suéter bordô e paletó cinza claro. Ele tem cabelo curto castanho e barba por fazer bem sutil. Ele olha para o lado, sério.
Itamar Vieira Junior (imagem: Câmara Municipal da Póvoa de Varzim/PT, 2019)

Um Certo Alguém
Em Um Certo Alguém, coluna mantida pela redação do Itaú Cultural (IC), artistas e agentes de diferentes áreas de expressão são convidados a compartilhar pensamentos e desejos sobre tempos passados, presentes e futuros.

Os textos dos entrevistados são autorais e não refletem as opiniões institucionais.

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Fotografia em preto e branco de Beth Beli. A imagem mostra ela em primeiro plano, sorrindo para a câmera. Ela tem a pele negra e veste uma roupa branca, colar de contas e turbante. O fundo está desfocado.

Beth Belisário, um certo alguém

“Imagino continuar sendo dona da minha própria coroa. Coroa essa que já carrego por causa dos meus tambores e das minhas ancestrais!”, diz a percussionista