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No domingo 5 de novembro, às 19h, o músico Guga Stroeter (um dos fundadores do grupo Nouvelle Cuisine) e o cantor Carlos Navas sobem ao palco do Auditório Ibirapuera, acompanhados pelos músicos Ogair Júnior (piano), Pablo Lyon (baixo acústico) e Eliasafe Costa (clarinete), para apresentar o espetáculo Homenagem aos 30 Anos do Nouvelle Cuisine.

O repertório da apresentação se divide entre as distintas vertentes musicais do quinteto paulistano de jazz – que surgiu em 1987, formado originalmente por Carlos Fernando, Guga Stroeter, Maurício Tagliari, Luca Raele e Flávio Mancini Jr. – e o repertório brasileiro de Carlos Navas, seguindo a estética criada pelo grupo.

“O Nouvelle Cuisine tem quatro álbuns lançados com uma obra bem mesclada, em inglês e em português. Então, para o show, escolhemos músicas de todos esses trabalhos”, explica Guga Stroeter. “O repertório é formado por música brasileira e clássicos do jazz, apresentados na voz de Carlos Navas – mas com uma contribuição própria na sua interpretação – e com arranjos transcritos por mim exatamente como os originais do grupo.”

Guga Stroeter conta que a ideia de montar o espetáculo em homenagem ao grupo já existia, mas se concretizou após ele assistir a um show de Carlos Navas e conhecer o cantor e sua obra mais profundamente. “Fui a um show do Navas, neste ano, mas não sabia que ele era fã do Nouvelle. Quando fomos conversar, percebi que ele sabia muito sobre o grupo”, diz. “Ele cantou para mim, informalmente, e foi uma coisa absolutamente natural, já que a voz do Carlos Fernando [vocalista original do Nouvelle Cuisine] foi uma referência para ele. Então, pensei: ‘agora, sim, podemos fazer um show dedicado ao Nouvelle Cuisine’ ”.

O músico relembra que o grupo surgiu no final da década de 1980 de uma maneira bastante informal, apresentando um estilo musical e um repertório que, ao contrário do rock, não estava muito em voga na ocasião: o de uma música minimalista e instrumental, que trazia canções que flertavam com o jazz. Ainda assim, o Nouvelle Cuisine alcançou o reconhecimento do público e da crítica especializada com suas versões em formato “jazz acústico” de standards dos anos 1930 a 1950 de autores como Duke Ellington, George e Ira Gershwin e Tom Waits, e de composições brasileiras.  

“Naquela época [final dos anos 1980], as gravadoras davam ênfase ao rock. A música brasileira lançou nomes como RPM, Titãs, Paralamas do Sucesso e Barão Vermelho”, explica Guga Stroeter. “Nosso caminho era o oposto, já que fazíamos uma instrumentação radicalmente acústica e uma música de pouco volume no sentido de decibéis. Quando surgimos com um repertório de clássicos do jazz e com uma interpretação minimalista que beirava a música de concerto, o impacto foi muito grande”, conta. “Ganhamos um público recorde para uma música “alternativa” e a admiração de muita gente, principalmente do pessoal da MPB, que reconheceu em nós um movimento que seria certa continuidade da bossa nova. Acho que trouxemos um ‘respiro’ àquela cena.”

O Nouvelle Cuisine se desfez em 2005, mas, segundo Guga Stroeter, nunca acabou de fato. “Alguns dos integrantes deixaram a música, mas eu, o Luca e o Maurício continuamos no meio, de alguma forma”, conta Guga Stroeter. “Mas, para refazer o Nouvelle Cuisine mesmo, seria preciso um fôlego de tempo que, muitas vezes, a gente não consegue. Daí a homenagem, convidando outros artistas”, diz. “A sensação de tocar esse repertório e como as pessoas responderam nos ensaios têm o astral do Nouvelle Cuisine. Quem já conhece vai curtir e quem não conhece vai ter uma boa oportunidade de vivenciar o que é o Nouvelle Cuisine, que continua com algum frescor.”

Guga Stroeter e Carlos Navas 
domingo 5 de novembro de 2017
às 19h
[duração aproximada: 60 minutos]

ingressos: R$ 20 e R$ 10 (meia-entrada)

[livre para todos os públicos]

Os ingressos podem ser adquiridos pelo site Ingresso Rápido, em seus pontos de venda e pelo telefone 11 4003 1212. Também estão à venda na bilheteria do Auditório Ibirapuera, nos seguintes horários:
sexta e sábado das 13h às 22h
domingo das 13h às 20h

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Música de concerto | Claudia Toni

Claudia Toni, especialista em políticas culturais, foi diretora-executiva da Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo (Osesp) entre 1998 e 2002. Na entrevista abordamos a sustentabilidade das orquestras, políticas culturais e modelos de financiamento