Festival Arte como Respiro: veja a programação de artes cênicas
16/11/2020 - 09:00
- apresentação
- programação
De 11 de novembro a 21 de dezembro, a quarta edição do Festival Arte como Respiro exibe mais de 400 trabalhos, entre eles, espetáculos cênicos, circenses e de dança e performances.
De quarta (18) a domingo (22), sempre às 20h, assista aos espetáculos gratuitamente aqui no site do Itaú Cultural. Os detalhes das peças dessa semana podem ser vistos na aba programação. Atenção: os trabalhos ficam disponíveis por apenas 24 horas, a partir do momento de sua disponibilização.
Veja também:
>>Toda a programação do Festival Arte como Respiro, disponível para download em PDF
Confira a grade completa da quarta edição do Festival Arte como Respiro, que, além dos espetáculos de cênicas, apresenta trabalhos de música, artes visuais, literatura, audiovisual e poesia surda.
Clique na aba programação para saber quais espetáculos podem ser vistos de 18 a 22 de novembro.
Quarto grupo de podcasts aborda histórias e diversidade musical
Entre cacos cercas caos e um cadinho de esperança (SP), O dia em que tirei minha alma para dançar (PB), À luz do tempo (PR) e Baldio (CE)
disponíveis até as 20h de 23 de novembro
Entre cacos cercas caos e um cadinho de esperança (SP)
Marina Bombachini
[classificação indicativa: 12 anos]
No contexto do isolamento social por conta da pandemia do coronavírus, a artista circense acrobata e equilibrista cria imagens que refletem, de forma subjetiva, suas angústias, pensamentos e esperanças. Combinando elementos cênicos, como garrafas de vidro, farpas, concreto e flores, contrapõe delicadeza, risco e brutalidade. Desvelando a tensão de quem observa a humanidade necessitada de reconexão com a natureza e ao mesmo tempo, sua falta de habilidade para se sentir parte dela.
O dia em que tirei minha alma para dançar (PB)
Bianca Rufino
[livre para todos os públicos]
O trabalho consiste em uma performance interativa de poesia e dança. Essa composição buscou trazer uma perspectiva poética e coreografada dos sonhos; nesse caso, um sonho em que a alma foi convidada para uma dança. Partindo do poema, que traduz essa capacidade imaginativa de se conectar com a alma e dançar com ela, traz ao lado a partitura corporal, presente e viva. Essa união traz aos olhos uma perspectiva real e sensível da palavra.
À luz do tempo (PR)
Fabiano Nunes
[livre para todos os públicos]
Esse tempo obrigatório de reclusão e isolamento social nos obriga a algumas coisas e nos proporciona outras. A situação ampliou, entre outras, nossa percepção a respeito de como sentimos a passagem do tempo. Em dois momentos distintos, são explorados parâmetros diferentes: no primeiro, com a câmera parada em timelapse, o tempo se apresenta em escala – horas tornam-se minutos; no segundo, a exploração do tempo em slow motion reverse revela o improvável início dos movimentos corporais e segundos tornam-se minutos.
Baldio (CE)
Grupo Pavilhão da Magnólia
[classificação indicativa: 12 anos]
Em um mundo onde as respostas se tornam cada vez mais difíceis, o que nos resta é perguntar... Histórias nossas, de vidas que se juntaram... Uma agonia de saber sobre aqueles que não foram mais...Neste espetáculo, cinco atores em quadros cênicos abordando histórias reais do próprio grupo. Um atravessamento de temas, como a morte, o estar-no-mundo, a possibilidade do encontro, que se costuram por meio dos relatos, em uma junção de cena, audiovisual e literatura. A figura do cão, mais precisamente um vira-lata, em sua dimensão de abandono, constituiu a dobra a partir da qual memória e representação questionam seus limites e desenham a moldura de “baldio”.
4×1 (SP), E se…? (SP) e Dez posições sobre o irreparável (RJ)
disponíveis até as 20h de 22 de novembro
4×1 (SP)
Cia. do Relativo
[livre para todos os públicos]
O número é um experimento de videomalabarismo que explora os riscos inerentes na atividade circense, em novos lugares: a proximidade entre a cena e a câmera, que em seus desvios, aproximações e balanços dança em sincronia com o intérprete e os objetos, expõe vulnerabilidades e susceptibilidades ao erro.
E se…? (SP)
Los Circo Los
[classificação indicativa: 10 anos]
Regido sob a dinâmica do malabarismo, com suas repetições, ciclos e círculos, padrões e planos, o presente número dialoga entre a técnica e a história de um sujeito. Ele é alguém que, tal como qualquer um, vive imerso em seu mundo de previsibilidades e controle dos quais alimenta cotidiana e repetidamente uma vida regida pela norma e pela perfeição, com um olhar narcísico que não vê nada além de suas próprias verdades e valores. Acostumado nos gestos habituais, sua arte é mero recurso egocêntrico. Entretanto, por contingências que extrapolam suas paredes, seu chão se abre e o lança na explicitação mais dura e real de sua vida: a incerteza..
Dez posições sobre o irreparável (RJ)
AND Lab Brasil
[classificação indicativa: 14 anos]
Dez Posições sobre o Irreparável é uma série de microperformances para a câmera, que conjuga as linguagens da performance ao vivo e do vídeo, concebida pelos integrantes do AND Lab Brasil (Rio de Janeiro, São Paulo e Curitiba) a partir dos verbetes que acompanham o Quase-Manifesto Ante o Irreparável, escrito por Fernanda Eugénio, criadora do Modo Operativo AND (MO_AND). Diante da necessidade de isolamento suscitada pela condição pandêmica, a programação local de cada núcleo local do AND Lab Brasil ficou suspensa, situação que levou o grupo a desenvolver a possibilidade de reunir integrantes das três cidades em uma só proposição inédita, em formato digital. (An)Coragem, Comparência, Co(m)Passionamento, Consistência, Des-cisão, Des-Ilusão, Firmeza, Franqueza, Justeza e Suficiência são as dez ferramentas-conceito traduzidas em ação performativa. Articulando o dizer e o mover, cada vídeo apresenta uma das palavras sob a forma de gesto poético-político feito de fala e corpo em relação.
Haikorpos (SP), Sem céu (SP) e Um tartufo (RJ)
disponíveis até as 20h de 21 de novembro
Haikorpos (SP)
Anoné Produções Artísticas
[livre para todos os públicos]
Os integrantes do Coletivo Mó, em estado de isolamento, criaram coletivamente e à distância sete poemas visuais, dando vazão a seus imaginários em conexão com os diferentes espaços em que cada um está inserido. Para isso, dentre os trabalhos de pesquisa realizados pelo Coletivo, utilizaram um exercício de livre inspiração nos haikais japoneses (de hai, “brincadeira”, e kai, “realização”), buscando a síntese e a precisão desses poemas de grande carga poética nas ações corporais realizadas pelos atores. Assim surgiu a narrativa de Haikorpos: um gigante solitário aparece na Terra e encontra um grande livro; ao abri-lo, descortinam-se outros seres isolados em diferentes cotidianos, dos mais confinados aos mais livres.
Sem céu (SP)
Caio Deroci
[classificação indicativa: 12 anos]
“Eu sou um pássaro
Me trancam na gaiola
E esperam que eu cante como antes”
Um tartufo (RJ)
Cia. Teatro Esplendor
[classificação indicativa: 16 anos]
Orgonte, chefe de família e homem de posses, cai nas garras de Tartufo, um suposto religioso que, na verdade, é um inescrupuloso charlatão. Toda a família de Orgonte logo se dá conta do caráter de Tartufo, exceto o patriarca.
Coração InBox (SC), Teatro Lambe-Lambe da Cia. PlastikOnírica (SP), Imobilhados na quarentena (RS), O Braile, uma dança às cegas (RJ) e Uma quarentena mascarada (SP)
disponíveis até as 20h de 20 de novembro
Coração InBox (SC)
Leandro Maman
[livre para todos os públicos]
Em Coração InBox, um boneco guardado dentro de uma caixa de papelão no período da quarentena aguarda em silêncio o tempo passar.
Teatro Lambe-Lambe da Cia. PlastikOnírica (SP)
Cia. PlastikOnírica
[livre para todos os públicos]
O vídeo apresenta um minidocumentário sobre o Teatro Lambe-Lambe, linguagem genuinamente brasileira do Teatro de Formas Animadas, criada em 1989, na Bahia, pelas mestras populares Denise Di Santos e Ismine Lima. O conteúdo do minidocumentário é oriundo da pesquisa acadêmica de Pedro Cobra, diretor artístico da Cia. PlastikOnírica, e acompanha as gravações na íntegra de dois espetáculos de Teatro Lambe-Lambe da companhia: Saudade e A Fiandeira, propondo uma contextualização histórica e poética da referida linguagem teatral.
Imobilhados na quarentena (RS)
Grupo Máscara EnCena
[livre para todos os públicos]
Este filme foi criado durante o período de quarentena inspirado no espetáculo Imobilhados, idealizado e realizado pelo grupo Máscara EnCena com direção de Liane Venturella. O filme convida o espectador a testemunhar fragmentos da vida de moradores de um prédio durante o período de quarentena, fazendo uso da máscara expressiva inteira, linguagem que dispensa a fala. O prédio funciona como um microcosmo, revelando particularidades existenciais individuais e coletivas. Situações ora hilárias ora dramáticas se desenvolvem em retratos simples e poéticos da vida humana.
O Braile, uma dança às cegas (RJ)
Cia. PeQuod Teatro de Animação
[livre para todos os públicos]
A performance O Braile, uma dança às cegas é uma experiência de continuidade à pesquisa iniciada pela PeQuod, com o espetáculo PEH QUO DEUX, unindo o teatro de animação à dança contemporânea. O trabalho nasceu de um intercâmbio internacional entre a companhia carioca PeQuod Teatro de Animação e a companhia holandesa DudaPaivaCompany. O ponto de partida é a observação dos limites impostos pela redução de um sentido tão importante como a visão, estimulando uma percepção mais aguçada do mundo e atravessada por emoções intensas. Essas foram ideias que estimularam a experimentação e a criação da partitura corporal da performance, que apresenta uma narrativa de movimento essencialmente poética e traz em cena quatro corpos – três intérpretes e um boneco. Em 2020, essa proposta ressurge como um caminho de sobrevivência artística e reinvenção produtiva, diante do momento de total escuridão e falta de certezas, vindos com a pandemia mundial de covid-19.
Uma quarentena mascarada (SP)
Elisa de Almeida Rossin
[livre para todos os públicos]
Março de 2020. Uma semana em três casas diferentes em algum lugar do mundo. Quem nos conduz à intimidade de cada ambiente é um pássaro, o único que ainda pode circular livremente sobre a cidade. A Casa 1 revela o cotidiano de uma mulher que cuida do lar e do filho, sem tempo para questionamentos ou respiros. Na Casa 2, um casal de idosos busca formas de reinventar os dias, entre jogos, suspensões de angústias, porém, em movimento. Na Casa 3, um homem solitário e inquieto busca estímulos externos para superar a situação de isolamento.
A Reviravolta dos Pássaros (SP), Ancestralidade Viva (SP), Urtiga (PE) e Vaga carne (MG)
disponíveis até as 20h de 19 de novembro
A Reviravolta dos Pássaros (SP)
Grupo Dyroá Báya
[livre para todos os públicos]
A reviravolta é uma questão utópica para muitos. Porém, quem tem a sensibilidade de observar e sentir a natureza e respeitá-la como Mãe Terra, compreende a reviravolta de outra forma. Essas pessoas compreendem o que o vento do Norte e outras manifestações em que a natureza mostra seu poder querem comunicar à humanidade.
Ancestralidade Viva (SP)
Grupo Dyroá Báya
[livre para todos os públicos]
Indígenas da etnia Tariano, do clã do trovão, atualmente morando em meio urbano, transmitem seus conhecimentos ancestrais de dança, cantos e movimentos para as novas gerações. Enquanto alguns pensam que o tempo de ficar em casa com a família é um tempo perdido, os Tariano acreditam que esse tempo é um presente dado pela natureza.
Urtiga (PE)
Coletivo Encruzilhada
[classificação indicativa: 12 anos]
Do lado de cá, bocas se abrem, sem voz; gritos varam a madrugada em silêncio; passo marcado em desequilíbrio e descalço; pisa, marca o asfalto e suas esquinas. Escritas nas paredes observam as curvas desatentas do caminho, os alvos desatentos do caminho: bocas, gargantas e bocas. Quantos desmoronamentos essa cidade já presenciou? Quantas pedras já ruíram de nossos corpos? Não existe saída. Os muros separam os que podem ser esquecidos. Os pontos invisíveis da cartografia. Suas linhas, suas pernas e braços, suas sombras. Esta cidade prende pelo pescoço todas as bocas que transgridem suas retas. Quantos destinos já se perderam? O Alto do Pascoal é apenas uma representação, mas poderia ser qualquer bairro, em qualquer periferia das grandes cidades do Brasil. Como fala o hino dos Racionais MC’s: “Periferia é periferia em qualquer lugar”. As imagens apresentadas foram gravadas dias após a execução da vereadora do Rio de Janeiro Marielle Franco. Suas dores, nossas dores, seu sangue, nosso sangue. Essa videodança é dedicado a ela. Marielle e Moa do Katendê, PRESENTES!
Vaga carne (MG)
Grace Passô
[classificação indicativa: 16 anos]
Vaga Carne é um campo de jogo entre palavra e movimento, onde um corpo de mulher vive a urgência de discurso, à procura de suas identidades e de pertencimento. Em sua narrativa, uma voz errante, capaz de invadir qualquer matéria sólida, líquida ou gasosa, resolve, pela primeira vez, invadir o corpo de uma mulher e, a partir dessa experiência, traça uma jornada de autoconhecimento, descrevendo o que sente, o que finge sentir, o que é insondável em si, o que sua imagem é para o outro que vê e o que significa seu corpo enquanto construção social. O filme é uma transcriação da peça teatral para a linguagem cinematográfica.