Cultura em debate em 2016 publicado em: 20/12/2016 - 15:39
Com atividades nos mais diferentes formatos, assuntos como questões raciais, indígenas e de gênero foram tema de discussões e reflexões em 2016 no Itaú Cultural. Debateu-se muito sobre arte e cultura: como preservá-las, novos formatos, seu relacionamento com a cidade, a necessidade de políticas públicas, como torná-las acessíveis.
Confira um pouco do que aconteceu ao longo do ano!
Diálogos Ausentes
Em 2016, teve início a série de encontros Diálogos Ausentes, sobre a produção e a presença de artistas negros em diferentes áreas de expressão. Neste ano, essa atuação foi debatida a partir do viés das artes visuais, do cinema e do teatro; as discussões culminaram na Diálogos Ausentes | Mostra, exposição em cartaz que reúne trabalhos de participantes desse ciclo. Em 2017, a série continua – no primeiro trimestre, os encontros debatem a produção de artistas negros na dança. Na foto, Diane Lima (mediadora), a curadora Fabiana Lopes e o artista Dalton Paula. 16 e 17 de fevereiro | Why the Horse?
No início do ano, Maria Alice Vergueiro e o Grupo Pândega de Teatro apresentaram um espetáculo sobre a morte e o sentimento de perda. A peça foi criada para que a atriz pudesse ensaiar seu derradeiro momento. Maria Alice participou ainda do Camarim em Cena, um bate-papo com o público. 20 de fevereiro a 3 de abril | Ocupação Person
A Ocupação dedicada a Luiz Sergio Person abordou a trajetória do artista no cinema, no teatro e na publicidade. Tiveram destaque os quatro filmes que ele realizou e a adaptação do espetáculo Orquestra de Senhoritas, de Jean Anouilh. Brechas Urbanas | Ao longo do ano, o instituto deu continuação à série de debates Brechas Urbanas, em parceria com o projeto Cidades para Pessoas. A fim de refletir sobre a vida na cidade, os encontros receberam artistas de diferentes áreas, como Carolina Lefévre e José Bueno (foto). Com mediação de Natália Garcia, foram debatidos temas como as semelhanças entre o cérebro humano e o espaço urbano e os sons e os silêncios da cidade. ˜Cinema˜, de Eder Santos, obra exibida na exposição 13 de maio | Ava Rocha
A cantora Ava Rocha, filha do cineasta Glauber Rocha, apresentou no palco do Itaú Cultural canções de seu primeiro álbum solo, Ava Patrya Yndia Yracema. Fizeram parte do repertório canções que misturam MPB e grooves afros, amazônicos, distorções e improvisos, como “Boca do Céu” e “Hermética”. 31 de maio, 1 e 2 de junho | Negro de Estimação
A partir de contos do escritor Marcelino Freire, o ator e bailarino Kleber Lourenço desenvolveu um espetáculo de teatro e dança. A ideia era refletir sobre o corpo do negro através de histórias a respeito de identidade racial, religiosidade, exploração sexual, violência e racismo. 28 de abril a 12 de junho | Ocupação Maria e Herbert Duschenes
A segunda Ocupação do ano apresentou o casal Maria e Herbert Duschenes. Em áreas distintas – ela na dança, ele na arquitetura –, o casal se dedicou à educação e desenvolveu novas formas de ensinar. A trajetória dos dois professores foi relembrada por meio de fotos, vídeos, planos de aula e outros documentos. 16 de junho a 7 de agosto | Arquivo Ex Machina: Identidade e Conflito na América Latina
Parte da programação do IV Fórum Latino-Americano de Fotografia de São Paulo, a mostra coletiva contou com imagens de dez fotógrafos de diferentes países da América Latina. As fotografias tratavam de temas como revoltas populares, criminalidade, escravidão, extermínio indígena e repressão política. 25 de junho a 3 de julho | Todos os Gêneros: Mostra de Arte e Diversidade
Peças de teatro, mostra de filmes, mesas de debate, performances, show e atividades infantis propuseram uma reflexão sobre o que é gênero e sobre como ele se constrói na sociedade. Temas como feminismo, questões LGBT e sexualidade foram centrais na programação. Na imagem, a performance Noite Bizarra, Recalcada e Bipolar. 2 e 3 de julho | Jaloo
Direto do Pará, o cantor Jaloo realizou shows para encerrar a mostra Todos os Gêneros. O músico apresentou canções de seu primeiro álbum, #1, que mistura pop, eletrônico e funk, além de ritmos regionais, como o tecnobrega. As duas apresentações contaram com interpretação na Língua Brasileira de Sinais (Libras). 9 de julho a 21 de agosto | Ocupação Glauco
O protagonista da 30a edição do programa Ocupação Itaú Cultural foi o cartunista Glauco Vilas Boas. A exposição reuniu tiras de personagens como Geraldão (imagem), Dona Marta e Casal Neuras, e também abordou o lado religioso do artista, que foi líder espiritual e fundador da igreja do santo-daime Céu de Maria. 28 e 29 de julho | Ellen Oléria
Samba, afoxé e maracatu são algumas das influências do álbum Afrofuturista, trabalho que a cantora Ellen Oléria apresentou no Itaú Cultural em julho. Segundo ela, o disco traz um pequeno recorte da presença afrodiaspórica no Brasil. O espetáculo teve participação especial da MC Roberta Estrela D’Alva. 31 de agosto a 23 de outubro | Calder e a Arte Brasileira
A mostra refletiu sobre a influência do norte-americano Alexander Calder, pioneiro da arte cinética, na formação do neoconcretismo no Brasil. Além de obras do próprio Calder, a exposição trouxe produções de 14 artistas brasileiros, entre eles Abraham Palatnik, Hélio Oiticica e Lygia Clark. 17 de setembro a 15 de novembro | Ocupação Cartola
A exposição fez uma homenagem ao músico e compositor carioca Angenor de Oliveira, mais conhecido como Cartola. Manuscritos originais, fotos e vídeos contaram a história do sambista, revelando seu lado poeta e sua trajetória pessoal ao lado da esposa, Dona Zica. 4 de outubro | Para Dar um Fim no Juízo de Deus
Peça do Teatro Oficina, com atuação de Zé Celso (foto) e Pascoal da Conceição, a montagem teve como base texto do dramaturgo Antonin Artaud. O espetáculo propunha uma “reinvenção da vida” ao forçar – a partir dos mais diferentes modos – os limites do que é “aceitável”. 15 de outubro a 6 de novembro | Por Trás da Máscara: 50 Anos de Persona
Em parceria com a 40a Mostra Internacional de Cinema de São Paulo e com a Fundação Bergmancenter, a exposição comemorou os 50 anos do filme Persona (1966), obra do diretor sueco Ingmar Bergman. Foi a primeira ocasião em que o conteúdo da mostra – cadernos de trabalho, trechos do roteiro e material fotográfico audiovisual – foi apresentado fora da Suécia. Fim de Semana em Família indígena
Em novembro, a programação do Fim de Semana em Família do Itaú Cultural contou com diversos eventos relacionados à cultura indígena. Representantes de seis povos – Guarani, Munduruku, Pankararu, Tabajara, Wapichana e Xavante – participaram de atividades como contação de histórias, exibição de filmes, espetáculos e oficinas. Na foto, o elenco da peça Sapatos Trocados. 17 de novembro a 15 de janeiro de 2017 | Ocupação Abdias Nascimento
A última Ocupação do ano faz uma retrospectiva da trajetória do artista e militante Abdias Nascimento, que, além de atuar politicamente, utilizou o teatro, a poesia e as artes visuais para valorizar a cultura negra e combater a discriminação racial. A mostra relembra a trajetória do aviador, passando por diversos momentos de sua vida, desde a infância até a fama como inventor do avião. Além de objetos, documentos e fotos de Santos-Dumont, tem destaque a réplica em tamanho real de sua obra-prima, o Demoiselle. 10 de dezembro a 29 de janeiro de 2017 | Diálogos Ausentes | Mostra
A exposição reúne trabalhos de 15 artistas negros que participaram, ao longo do ano, da série de encontros Diálogos Ausentes. São pinturas, instalações e registros de performances e de espetáculos teatrais. Com curadoria de Diane Lima (mediadora dos debates) e Rosana Paulino, a mostra funciona como uma “contranarrativa às representações estereotipadas da população afrodescendente”. O Mundo de Bartô no Itaú Cultural
Neste ano, Bartô – o ratinho do Itaú Cultural – começou a visitar e a entrevistar pessoalmente os artistas na Toca TV. Entre os entrevistados estão MC Soffia (foto) e a autora e ilustradora Lúcia Hiratsuka. Além disso, Bartô passou a disponibilizar áudios dos seus textos, para que as pessoas possam lê-los e ouvi-los! Espaço Olavo Setubal
Com mais de mil obras de duas coleções do acervo do instituto – Brasiliana Itaú e Itaú Numismática –, o Espaço Olavo Setubal narra histórias do Brasil. Estão expostos desenhos, pinturas, mapas, manuscritos, periódicos, livros e objetos, entre outros documentos. Desde sua inauguração, em dezembro de 2014, a exposição permanente já recebeu mais de 95 mil visitantes.
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