por Amanda Rigamonti

 

No dia 19 de agosto de 1839, a Academia Francesa de Ciências anunciou oficialmente a criação do daguerreótipo, de Louis Jacques Mandé Daguerre. A invenção foi considerada a primeira câmera fotográfica com um sistema moderno, sendo o primeiro processo fotográfico a ser comercializado para o grande público. Por causa disso, nesse dia é comemorado o Dia Mundial da Fotografia.

Para Rosely Nakagawa, editora de fotografia e arquiteta, “a fotografia sempre foi uma busca, um desejo, um projeto das artes. Ao congelar a luz, o movimento ou registrar a atmosfera em paisagens, a fotografia estava presente. Na gravura, quando se procurava a reprodução fiel de traços e linhas, dos claros e escuros. Na escultura, ela é sua visão; na performance, sua testemunha; no desenho, sua referência; no cinema, sua memória; na arte digital, sua ferramenta inicial; na arquitetura, seu desenho. A fotografia como imagem é plena – ela nunca esteve apartada das outras ferramentas de criação, ou melhor, para o que é arte hoje, das outras plataformas de criação; a fotografia é e está em todas elas”.

O Acervo de Obras de Arte do Itaú Unibanco conta com 428 fotografias, das quais 146 fazem parte do movimento modernista brasileiro. A partir desse vasto acervo foram realizados dois recortes: Moderna para Sempre – Fotografia Modernista Brasileira na Coleção Itaú, que já passou por 12 espaços diferentes, e Coleção Itaú Cultural de Fotografia Brasileira, que itinerou por 5.

Confira abaixo algumas fotos que integram o acervo de obras de arte do Itaú Unibanco:

Moderna para Sempre – Fotografia Modernista Brasileira na Coleção Itaú foi montada sob a curadoria do fotógrafo Iatã Cannabrava e busca focar na importância do movimento modernista para a cultura e a identidade brasileiras. Apresenta trabalhos de grandes artistas como José Yalenti, José Oiticica Filho, Geraldo de Barros, Thomaz Farkas e German Lorca.

A Coleção Itaú Cultural de Fotografia Brasileira foi elaborada sob a curadoria de Eder Chiodetto e dá um panorama da criação fotográfica desde os fotoclubes da década de 1940 até as obras de artistas contemporâneos – além dos já citados modernistas, a mostra apresenta trabalhos de Miguel Rio Branco, Mario Cravo Neto e Claudia Andujar, entre outros.

Além de ações voltadas para a preservação da memória fotográfica, com o acervo e essas exposições, o instituto promove a integração e a participação de pessoas que produzem fotografia atualmente – atualizando seu acervo frequentemente, selecionando projetos de fotografia com o programa Rumos Itaú Cultural e realizando, a cada dois anos, o Fórum Latino-Americano de Fotografia, que organiza workshops, leituras de portfólio e uma exposição coletiva diferente a cada evento.

“O Itaú Cultural, em seu projeto de formação de coleção e em seus programas de fomento à produção artística, se caracteriza por ter uma ampla visão da arte, sem uma catalogação rígida pela ferramenta do artista. Foi assim desde o início da coleção, na qual incluiu a fotografia ao longo de mostras e editais como o Rumos e em encontros e seminários, como o Fórum Latino-Americano de Fotografia, fundamental para o desenvolvimento da difusão da produção brasileira, conectada com suas fronteiras e além delas”, comenta Rosely sobre as ações do instituto.

Ainda, entre 25 de maio e 13 de agosto de 2017, a Oca recebeu a mostra Modos de Ver o Brasil, que comemorou os 30 anos do instituto. Uma constelação de histórias, identidades e estéticas ocupou os quatro andares da Oca com um mergulho em cerca de 800 obras que integram o acervo de arte do Itaú Unibanco. A curadoria foi realizada por Paulo Herkenhoff, que agregou ao projeto Thais Rivitti e Leno Veras, em parceria com as áreas do instituto.

“Na mostra Modos de Ver o Brasil, entre as cerca de 800 obras, se encontrava um acervo histórico e cultural do Brasil desde sua formação colonial à arte eletrônica, umas ao lado das outras, reforçando este modo de pensar a arte.

Além de uma pesquisa de curadores atentos, existe uma coleção formada desde sua origem com esse pensamento. Sem esse potencial original, o projeto não existiria da maneira como foi proposto. Uma coleção de fotografia riquíssima que coexiste no mesmo espaço e tempo com obras de grandes mestres, renovando e reinventando sua participação na história da arte”, conclui Rosely.

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