O Brasil todo está na Itaú Cultural Play. Recortes regionais trazem para todo o público as realidades de todas os estados do país. Com curadoria do Nordeste Lab, a mostra Reexistências audiovisuais nordestinas reúne destaques da produção recente nos nove estados do Nordeste.

Conheça, abaixo, os cinco filmes nordestinos mais vistos, de acordo com dados coletados até o dia 8 de setembro de 2021. Na lista estão dois títulos dirigidos por Glauber Rocha, que tem uma mostra em sua homenagem na IC Play.

1. Òrun Àiyé – a criação do mundo
Animação | 2015 | Bahia | 12 min
Direção: Jamile Coelho e Cintia Maria

Um avô narra à sua neta a história da criação do mundo e dos seres humanos, segundo a mitologia iorubá. Tal como um velho contador, ele apresenta a jornada dos orixás e os conflitos deste episódio de nascimento, no qual homens e mulheres são moldados a partir do barro.

Utilizando diferentes técnicas de animação, e com olhar feminino, as jovens diretoras celebram a importância da cultura afro-brasileira como espaço de preservação da memória e de respeito aos mais velhos e à natureza. Participação de Carlinhos Brown.

Fotografia colorida da animação. Desenho de um homem negro com uma coroa de prata na cabeça e contas sobre o rosto e roupa toda branca e prateada e pulseira prateada segurando uma peça de barro.
Òrun Àiyé – a criação do mundo (imagem: frame do filme)

2. Pátio
Experimental | 1959 | Bahia | 13 min
Direção: Glauber Rocha

Filme de estreia de Glauber Rocha, o curta Pátio é um ensaio visual com a participação do diretor e de Helena Ignez, sua mulher na época. Sobre um terraço de azulejos preto e branco, como um tabuleiro de xadrez, o casal desenvolve uma coreografia.

Mulher branca, de cabelos curtos e lisos, está deitada no chão, de olhos fechados. Ela usa uma camiseta escura.
Helena Ignez em cena de "Pátio" (imagem: divulgação)

3. Barravento
Drama | 1961 | Bahia | 81 min
Direção: Glauber Rocha

O primeiro longa-metragem de Glauber Rocha conta a história do malandro Firmino, que, depois de morar na capital, volta para a vila de pescadores onde nasceu. Nela, vivem seus antepassados, que cultuam há séculos o candomblé. Crítico de seu misticismo, Firmino quer politizá-los. Para isso, desafia um dos mais queridos líderes da comunidade, Aruã, protegido de Iemanjá.

Foto preto e branca mostra mulher grávida de lado, quase de costas, olhando pro mar. Ela tem os cabelos escuros, na altura dos ombros, e usa vestido claro.
"Barravento" é o primeiro longa-metragem de Glauber Rocha (imagem: divulgação)

4. Wai’á Rini, o poder do sonho
Documentário | 2001 | Pernambuco | 48 min
Direção: Divino Tserewahú

Dentro das cerimônias de iniciação do povo Xavante, a festa do Wai’á introduz o jovem na vida espiritual. A partir do diálogo com seu pai, um dos líderes do Wai’á, o diretor revela as características desse ritual secreto, essencialmente masculino, no qual os jovens indígenas passam por provações e perigos. A direção é de Divino Tserewahú, formado pelo Vídeo nas Aldeias e uma referência para o audiovisual indígena.

Vários homens indígenas estão em ambiente aberto, todos sem camisa e com shorts vermelhos.
"Wai’á Rini, o poder do sonho" mostra as cerimônias de iniciação espiritual do povo Xavante (imagem: divulgação)

5. A noite amarela
Terror | 2019 | Paraíba | 100 min
Direção: Ramon Porto Mota

Único filme de terror na lista. Para celebrar o fim do ensino médio, um grupo de adolescentes viaja para uma casa de praia numa pequena ilha do Nordeste. O clima de festa vai aos poucos se desfazendo para dar lugar a uma estranha sensação de que algo sobrenatural e ameaçador paira no ar.

Duas adolescentes estão sentadas em um terreno baldio. As duas estão de biqúni, abraçadas às pernas. Uma delas tem os cabelos compridos e a outra tem os cabelos curtos.
"A noite amarela" conta a história de um grupo de adolescentes que viaja para uma casa de praia numa pequena ilha do Nordeste para celebrar o fim do ensino médio (imagem: divulgação)
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