No mês de setembro, o Itaú Cultural realiza ao longo de cinco dias o Ciclo de Debates – Crítica em Movimento, sobre a presença e as lacunas da prática da crítica nas artes cênicas: o teatro, a dança e o circo. Entre os dias 6 e 10, participam de quatro mesas de debate artistas, professores e críticos, que discutem como os profissionais cênicos, o jornalismo, a universidade, os gestores culturais e o público percebem e lidam com tais áreas artísticas. A programação ainda inclui um diálogo de abertura e três espetáculos.

Veja também:
>> Fados e Outros Afins
>> Isso Não É um Sacrifício

Com curadoria do jornalista, crítico e pesquisador com mestrado em artes cênicas pela Universidade de São Paulo (USP) Valmir Santos, o evento reflete sobre algumas questões relativas ao trabalho da crítica na atualidade. Hoje, apesar da modernização de cada uma das artes da cena e das influências estéticas de umas sobre as outras, a ênfase do pensamento crítico tem recaído sobre o teatro. Nos debates, levam-se em consideração os novos suportes, as plataformas digitais – blogs, sites e revistas eletrônicas – e uma possível crise da crítica, em contraste com o auge do jornalismo cultural brasileiro na década de 1990.

No dia 6 de setembro, a crítica, ensaísta e pesquisadora Mariangela Alves de Lima abre a programação com um diálogo que discute o fazer e o pensar críticos, partindo dos seguintes versos de Fernando Pessoa, sob o heterônimo de Álvaro de Campos, na obra O Sensacionismo: “Sentir é compreender. Pensar é errar. Compreender o que outra pessoa pensa é discordar dela. Compreender o que outra pessoa sente é ser ela. Ser outra pessoa é de uma grande utilidade metafísica”.

A partir do dia 7, a programação se divide em mesas de debate e espetáculos. As conversas abordam estas temáticas: os problemas do trabalho e da arte da crítica mediante as transformações da era da mídia, com o crítico de teatro e editor Wellington Andrade e o professor e dramaturgo José Louraço Figueira, com provocação de José Fernando de Azevedo; o vão entre o circo e a crítica, com a historiadora e pesquisadora com enfoque na história do circo no Brasil Erminia Silva e a educadora Fátima Pontes, com provocação de Rodrigo Matheus; a margem para o gesto autocrítico na recepção em dança, com a professora e escritora Maria José Cinfuentes e o artista Daniel Kairóz, com provocação de Flávia Couto; e ações, iniciativas e transformações da prática da crítica, com Pollyanna Diniz, Sheila Ribeiro e Beth Néspoli, representando, respectivamente, a plataforma DocumentaCena, o projeto 7X7 e o site Teatrojornal – Leituras de Cena.

Já os espetáculos Fados e Outros Afins, Isso Não É um Sacrifício e Sobrevoltas suscitam as três modalidades cênicas e suas confluências. Com a bailarina Mariana Muniz, Fados e Outros Afins investiga as relações entre o pensamento, o corpo e o gesto; em Isso Não É um Sacrifício, a atriz Fernanda D’Umbra representa uma mulher prestes a ser apedrejada até a morte; por fim, Sobrevoltas, um dos projetos selecionados pelo programa Rumos Itaú Cultural 2015-2016, promove uma discussão sobre o próprio circo através de diferentes técnicas.

As mesas de debate e os espetáculos contam com interpretação na Língua Brasileira de Sinais (Libras). Saiba mais sobre cada uma das atividades na aba Programação.

quarta 6 a domingo 10 de setembro de 2017

Entrada gratuita

distribuição de ingressos
público preferencial: duas horas antes do evento | com direito a um acompanhante – ingressos liberados apenas na presença do preferencial e do acompanhante
público não preferencial: uma hora antes do evento | um ingresso por pessoa

[livre para todos os públicos]

Clique aqui para saber mais sobre a distribuição de ingressos.

Veja também

Crítica teatral nas redes | Laka

A produtora cultural Laka conta como é ter um canal no YouTube voltado à crítica de teatro e quais são as possibilidades da plataforma.

Rumos 2015-2016: Dancidades

Trocar conhecimentos e experiências do fazer artístico, produzir coletivamente e discutir as formas de fazer dança no país com...