por Cristiane Batista

Tem quem viva de passado, quem nem seja lembrado em vida e há os eternos, marcados pela notoriedade de sua história. É o caso de Cacilda Becker, atriz, produtora e diretora brasileira que viveu 48 anos e completaria 100 neste 6 de abril de 2021. Como uma garota pobre e desacreditada se transformou na mulher-referência, a Grande Dama do Teatro?

Saiba mais sobre Cacilda Becker na Enciclopédia Itaú Cultural de Arte e Cultura Brasileira.

Foto antiga mostra mulher com camisa xadrez. Ela tem um cigarro entre os lábios. Seu cabelo é longo, liso e está penteado para trás.
Cacilda Becker nasceu em Pirassununga, interior de São Paulo (imagem: acervo pessoal)

Premiada no Brasil e no exterior, sendo comparada a Charlie Chaplin em Paris pelo crítico Michel Simon, ela participou das mais importantes companhias de teatro ao longo das décadas de 1940, 1950 e 1960. Criou e foi dirigente de sua própria companhia, o Teatro Cacilda Becker, lecionou na Escola de Arte Dramática da Universidade de São Paulo (USP), presidiu a Comissão Estadual de Teatro, em São Paulo, foi militante do movimento Contra a Censura, pela Cultura, de 1968 – além de ter sido filha, irmã, mãe e amiga zelosa, vó-orgulho. “Cacildis!”, quanta coisa! Sim, a gíria do músico e comediante Mussum também é uma homenagem à sua grandeza.

O filho e o neto, Cuca e Guilherme Becker, os diretores Zé Celso Martinez Corrêa e Lenise Pinheiro, atrizes de diferentes gerações, como Bete Coelho, Camila Motta, Eva Wilma, Isabella Lemos e Leona Cavalli, e o fotógrafo Amancio Chiodi ajudam, com suas lembranças e vivências, a revelar seu legado e o porquê de tamanho sucesso.

Veja depoimento exclusivo de Zé Celso Martinez Corrêa sobre Cacilda.

Cacilde-se!

Foto antiga mostra mulher com camisa xadrez. Ela está com a boca entreaberta, e tem um cigarro entre os lábios. Seu cabelo é longo, liso e está penteado para trás.
Cacilda Becker nasceu no dia 6 de abril de 1921, há 100 anos (imagem: acervo pessoal)

Na lábia pequena em que me descobri, da boca de cena nasci, pra grande lábia de viver o gozo de existir.*

“Cidinha”, filha de Alzira e irmã mais velha de Dirce e Cleyde, “comeu o pão que o diabo amassou” na infância, em Pirassununga, interior de São Paulo. Chegou a roubar hortaliças para se alimentar e curava sua sede de vida dançando no clube da cidade, a despeito da ameaça de apanhar com vara de marmelo do avô por querer ser artista. Afinal, isso não era coisa de mulher “séria” e o teatro era “a casa do demônio”.

O pai, caixeiro viajante protestante, era ausente e violento com a mãe. Abandonou Alzira e as meninas quando Cacilda tinha 7 anos e, tempos depois, ousou escrever à filha afirmando que ela nunca teria êxito na profissão.

Aos 8 anos, Cacilda convenceu a mãe a se mudar com a família para perto do mar, na cidade de São Vicente, litoral paulista. Na vizinha Santos viu a sorte começar a mudar. No começo sofria discriminação por ser filha de mãe-solo. Além disso, era pobre. Morava em um casebre que tinha o chão esburacado coberto com tapetes de estopa produzidos à mão pelas quatro e móveis feitos de caixotes de óleo de gasolina.

Incentivada pela mãe, continuava a bailar: pela casa, pela praia, de pés descalços e com seu estilo inventado, já que não tinha acesso a aulas de balé clássico. Nada a intimidou. Descobriu a dança da bailarina norte-americana Isadora Duncan (1877-1927) e, autodidata, passou a desenvolver coreografias. No final de 1935, seu solo Dança ritual do fogo lhe rendeu, a ela e às irmãs, uma bolsa de estudos no colégio.

Foto antiga mostra mulher dançando em espaço aberto. Seus braços estão pro alto, em movimento de dança. Ela usa um vestido branco longo e esvoaçante. Seus cabelos são curtos, na altura do queixo.
Sem acesso formal a aulas de balé, Cacilda Becker era autodidata e passou a criar coreografias desde a infância. Da dança foi para o teatro, do qual é a grande dama 100 anos após o seu nascimento (imagem: acervo pessoal)

A inclinação para as artes chamou atenção de artistas e intelectuais como Miroel Silveira (1914-1988), que a convenceu a abandonar a dança e seguir no teatro. Com 20 anos, foi sozinha para o Rio de Janeiro e entrou para a companhia de Bibi Ferreira, que, claro, já tinha sua estrela.

Voltou a São Paulo e fixou residência na capital, onde engatou uma sequência de trabalhos e atuações memoráveis, como em Vestido de noiva (1947), de Nelson Rodrigues, no grupo Os Comediantes, com direção de Zbigniew Ziembinski, que dizia: “Lembro-me dela no início da carreira, uma moça que não comia, tinha a fragilidade de uma flor de estufa. Alimentava-se com um ovo cru e um pedaço de carne”. Guilherme Becker, neto da atriz, complementa: “Ela era magérrima, de pernas muito finas, tinha vindo da praia e começava a chamar atenção, o que fez com que alguns a chamassem de Palafita do Teatro”.

Com que lábios me pintei, com que lábios fui feliz.*

Era vaidosa. Usava saltos altos, vestia saias curtíssimas (mesmo após os 40 anos, o que não era comum em seu tempo). O rosto era um recurso dramático para as personagens: apagava as sobrancelhas com maquiagem e as redesenhava depois, afilava o nariz com sombreamentos. Como marca registrada, dentro e fora do palco, aumentava a boca com batom vermelho escuro, um hábito que nunca abandonou.

À frente de seu tempo, teve uma vida amorosa movimentada. Aos 17 anos foi pedida em casamento por Flávio de Carvalho, pintor, escritor, um dos nomes do movimento modernista no Brasil e 21 anos mais velho que ela. Enfrentou o preconceito da família rica do pretendente que não a aceitava, mas o romance não decolou. 

Mais tarde, já em São Paulo, Cacilda viveu cinco anos com o radialista e construtor civil Tito Fleury antes de se casar com ele, para desespero da sogra, pertencente a uma família abastada e tradicional. Com Fleury e seu amigo Jean Sablon conheceu a high society paulistana. Nomes como Carlos Drummond de Andrade, Getúlio Vargas, Juscelino Kubitschek, Manuel Bandeira e Jânio Quadros ficaram seus fãs, e Cacilda cada vez mais influente. 

Grávida de seu primeiro filho com Tito, Luiz Carlos “Cuca” Becker, ela se apaixonou pelo diretor italiano Adolfo Celi e resolveu pedir o desquite em 1950. Como era de seu costume, expressou-se por carta e escreveu ao filho: “A vida é uma só para o mundo inteiro! Só Deus sabe o que está escrito no livro dos destinos”.

No mesmo ano, protagonizou o primeiro beijo lésbico do teatro que se tem notícia, em Entre quatro paredes, a portas fechadas, texto do amigo Jean Paul Sartre escrito em 1943 com montagem encenada por Adolfo Celi no TBC, com Sérgio Cardoso, Nydia Licia e Carlos Vergueiro no elenco. Não estava escrito no roteiro, mas Cacilda achou que a situação exigia, então chegou no ouvido de sua parceira de cena e soltou um: “Prepare-se, amiga”, surpreendendo-a com um beijo na boca.

Pouco depois, Celi se apaixonou pela atriz Tônia Carrero e deixou Cacilda, que enfrentava também uma batalha pela guarda do filho na justiça – impasse que se arrastou por quatro anos e foi resolvido no tribunal. “Eu queria ficar com ela. Cacilda era uma mãe-mito, uma mulher que me ensinou um sentimento de seriedade em relação à família e às pessoas que a gente ama”, conta Cuca.

Menino de aproximadamente dois anos está no colo de uma mulher. Ele a beija no rosto. O menino veste blusa branca e a mulher tem os lábios entreabertos, pintados de batom escuro. Ambos têm os cabelos pretos.
Cacilda Becker e o filho, Luiz Carlos “Cuca” Becker (imagem: acervo pessoal)

Ele atuou com a mãe no filme Floradas na serra tocando piano aos 3 anos e depois, aos 19, em um pequeno papel em Esperando Godot.  A essa altura, Cacilda estava separada de Walmor Chagas, um homem dez anos mais jovem que ela e com quem viveu por 13 anos e adotou uma filha, Maria Clara Becker. Os dois mantiveram a amizade e a parceria profissional até o “fim”. Cuca foi convidado a participar da novela Beto Rockfeller, mas, com a morte da mãe, ficou desgostoso da carreira artística. Ele se aproximou do espiritismo e recebeu uma carta psicografada de Cacilda por Chico Xavier, publicada no livro Feliz regresso, do médium. Cuca fundou o Instituto Espírita Cacilda Becker, que hoje tem duas unidades.

O inferno somos nós/mexeu com um/a, mexeu com todes

“Vamos trabalhar! Vamos ter um trabalho infernal!” Cacilda se entusiasmava ao desafiar todos os limites para lapidar seu ofício. Ensaiava quase sem pausas, não comia, exauria-se com o esforço físico e a voz de pouco alcance. Para fazer o garoto de Pega fogo, por exemplo, enfaixou os seios com tiras de esparadrapos que deixavam sua pele em carne viva. Fazia até três sessões de espetáculo por dia.

Trevas mesmo ela encontrou em 1964, quando se instaurou no Brasil o Golpe Civil-Militar realizado pelas Forças Armadas do Brasil contra o então presidente João Goulart. O chamado Comando de Caça aos Comunistas (CCC) começou a censurar a livre expressão artística, invadir teatros, destruir cenários, espancar, prender e convocar artistas a depor no Departamento de Ordem Política e Social, o Dops.

Cleyde Yáconis, atriz e irmã mais nova de Cacilda, foi uma delas. Como leoa, Cidinha defendeu Cleyde, a si e a toda classe usando de sua influência pessoal e profissional. Visitava políticos e delegados e tentava convencê-los a retroceder usando a frase: “Todos os teatros são o meu teatro”. Em uma entrevista à imprensa disse: “Onde é que já se viu? Reprimir Casa de bonecas, de Ibsen, pelo nome da peça?”. Acharam tratar-se de pedofilia!

Cacilda e Walmor também protegiam e “guardavam” clandestinamente em seu apartamento na Avenida Paulista quem sofria perseguição, caso de Flávio Império, Lélia Abramo, Plínio Marcos e Paulo José. Chegaram, segundo a família, a abrigar mais de 50 pessoas no período. No espaço também aconteciam encontros de artistas e jovens dramaturgos.

Mulher e homem aparecem em cena de peça teatral. Ela aparece em primeiro plano, de perfil, e tem o nariz muito fino, olhos pintados e boca com batom escuro. Ele usa barba preta espessa e um enfeite dourado na cabeça. Ambos vestem roupas de personagens da mitologia romana.
Cacilda Becker e Paulo Autran em cena de Antígona (imagem: acervo pessoal)

Em 1968, Dias Gomes e Flávio Rangel convocaram a classe a fazer greve e uma passeata em São Paulo e no Rio de Janeiro. Cacilda era uma das representantes. A atriz Eva Wilma, amiga de Cacilda e Cleyde, participou da manifestação carioca: “Todo mundo se uniu e resolveu fazer greve nas escadarias dos teatros municipais das duas cidades por tempo ininterrupto. No terceiro dia, encerramos o ato com um repúdio à morte do estudante Edson Luís de Lima Souto, abatido por um tiro em confronto com policiais militares”, lembra.

As 1.001 Cacildas

Antígona, Alma Winemiller, Cleópatra, Estragon, Inês Pereira, Maria Stuart, Margarida Gauthier, Marta de Albee, Pega Fogo. As 1.001 Cacildas (com exclamações!) seguem vivas nas montagens de Zé Celso Martinez Corrêa.

“Na década de 1990 eu achava que estava com aids e pedi a cura à Santa Cacilda Becker. Era erisipela, fiquei bom”, ri. Com mais de 900 páginas escritas e nove peças, o diretor segue sua reverência à artista nas montagens de Cacilda!, Cacilda!!, Cacilda!!!, Cacilda!!!! e Cacilda!!!!!, além de Walmor Y Cacilda 64 e Walmor Y Cacilda 68, que contam a história da “musa” em uma dramaturgia “livre e delirante”, sem deixar de lado o contexto histórico. Ele chegava a estender um rolo de papel no corredor do teatro Oficina Uzyna Uzona com referências e datas das peças que Cacilda montou para melhor situar seu elenco.

“Cacilda fez do teatro a sua voz, a sua força, o seu pensamento, a sua família. Ela nos apresentou uma variedade de peças brasileiras e de outras nacionalidades de extrema importância. Esteve à frente de uma companhia incansável de repertório. Como Cacilda, eu me aproximei de mim e de minha história. Como Cacilda, fui a mais feliz das atrizes e formei minha companhia”, relata Bete Coelho, atriz que encarnou a protagonista na primeira versão de Cacilda!, em 1998.

No ano seguinte foi a vez de Leona Cavalli. Ela conta que bem antes de ser convidada para atuar na peça, assistiu a uma palestra de Zé Celso sobre interpretação que terminava com ele dizendo que havia muitas Cacildas na plateia. “Ali a paixão pelo teatro bateu forte no meu coração! Reviver Cacilda Becker é fundamental para a minha e para as outras gerações. Ela foi a primeira atriz brasileira a defender a classe teatral; antes dela não havia essa consciência, nem mesmo a regularização profissional dos atores. Era extremamente moderna, ousada e solidária; tinha um sentido de proteção, sabia que teatro não se faz só.”

Ator e atriz em cena. Ambos vestem branco. Ele tem cabelos escuros e ela é loira, usa batom vermelho e está com uma aparência assustada. Os dois estão abraçados.
Em cena com Marcelo Drummond, a atriz Leona Cavalli interpreta Cacilda Becker no teatro (imagem: acervo pessoal)

Na década de 1980 e 1990, pós-ditadura militar, o teatro foi massacrado e era tido como chato e ruim. Camila Motta, então adolescente, chegou a ter uma camiseta com a frase: “Vá ao teatro, mas não me chame”. Resolveu apostar no contraponto de Cacilda, que dizia: “Tem que fazer teatro. Tem que fazer até ficar bom”. A atriz participa das “exclamações” de Cacilda desde 2009 – já foi Cacilda e Ruth Escobar – e destaca a importância das montagens em sua formação e na de novos artistas: “As peças dela são muito generosas, uma universidade! Em quatro anos fizemos cinco montagens e formamos a primeira turma da Universidade Antropófaga, em 2011”.

A fotógrafa e diretora Lenise Pinheiro acompanha o Oficina há 28 anos e assina um blog de teatro no jornal Folha de S.Paulo chamado Cacilda há 14. Em março deste ano dirigiu o monólogo on-line Viva Cacilda! Felicidade guerreira!, baseado em texto da montagem de 1998 de Zé Celso. “Foco na força do poder da mulher, dessa mulher que peitou o desquite e o machismo.”

A construção de um espetáculo virtual foi um desafio para toda a equipe, como explica a atriz Isabella Lemos: “Nós nos superamos como artistas, cada um à sua maneira e em seu papel. Conseguimos atingir o objetivo de descobrir novas maneiras de trabalhar com o espectador através da câmera, fazendo uma nova forma de arte que não é cinema, nem teatro, nem televisão”, conta. Para Lenise, a peça ganha também a oportunidade de ser vista por pessoas em qualquer lugar do mundo, podendo inspirar ainda mais mulheres.

Mulher está fumando. Seus cabelos são lisos e longos e estão soltos. Ela está em frente a um espelho de camarim, de costas. Atrás dela, há um candelabro. Ela usa paletó escuro e suas unhas estão pintadas de preto.
Isabella Lemos como Cacilda em Viva Cacilda! Felicidade Guerreira! (imagem: Luísa Bonin)

Um corte seco

Com sua lente 35 milímetros, o fotógrafo Amancio Chiodi registrou os últimos dias de Cacilda em 1969 nos ensaios de Esperando Godot, em que ela atuou ao lado do ex-marido Walmor Chagas e do filho Cuca, então com 19 anos. “Ela facilitava os ângulos e participava de tudo. Pediu que as fotos fossem em preto e branco para manter o clima original da dramaturgia. Entre um cigarro, um café e uma passagem de texto, dava cambalhotas no palco”, conta.

Atores no palco, em cena de peça. A mulher aparece sentada no palco, com roupa masculina preta e chapéu. O homem está ajoelhado ao seu lado, com o mesmo figurino.
Cacilda Becker e Walmor Chagas (1930-2013) em cena de Esperando Godot. Eles foram casados e, mesmo após separados, mantiveram a amizade e a parceria profissional até o fim (imagem: Amancio Chiodi)

Cacilda saiu de cena aos 48 anos. Teve um derrame cerebral entre o primeiro e o segundo ato da peça no dia 6 de maio. Carregada a partir da coxia para uma ambulância, teve as mãos tocadas pelo público da primeira à última fileira do teatro. Ficou 39 dias em coma e se despediu no dia 14 de junho. Em seu enterro, que interrompeu um jogo de Pelé, uma multidão se acotovelou para aplaudir a “maior e mais importante atriz brasileira”.

Atriz está sentada no chão de um palco, com as pernas para fora dele. Um dos seus pés está descalço. Ela usa terno escuro acetinado, camisa branca e um chapéu.
1969: Cacilda Becker ensaia Esperando Godot, sua última peça (imagem: Amancio Chiodi)

É pique, é pique, é pique!

As muitas exclamações de Cacilda seguem em comemoração com Zé Celso e a Oficina Uzyna Uzona. Além da sexta, está sendo programada uma homenagem on-line neste 6 de abril. Uma “obra audiovisual não identificada”, sugere Camila Motta, com cenas ao vivo e outras gravadas. Enquanto isso, está em produção Esperando Godot, espetáculo que está sendo filmado por Monique Gardenberg em adequação aos novos tempos, com os atores usando máscaras. “E beijo, só que com dois metros de distância”, brinca o diretor.

A atriz Leona Cavalli planeja uma série de atividades para o centenário: uma live neste 6 de abril, uma exposição de figurinos inspirados nos originais de Cacilda com o diretor Marco Antônio Ferraz – a qual se desdobrará em um documentário “tão logo a pandemia permitir” – e uma homenagem virtual chamada Cacilda por ela mesma, que conta com depoimentos publicados no livro Uma atriz: Cacilda Becker, obra de 1983 da pesquisadora teatral Maria Thereza Vargas, amiga de Cacilda e também autora da biografia Cacilda Becker – uma mulher de muita importância, de 2013.

Mulher magra aparece de pé em um palco de teatro. Ela veste calça e camisa de manga comprida, além de um cinto. Nos pés, um sapato fechado levemente alto. Seus cabelos são escuros e longos e estão soltos, apenas com a parte superior penteada para trás.
Em 1969, Cacilda em ensaio da peça Esperando Godot. A atriz morreu aos 48 anos, após passar mal no palco, encenando este espetáculo (imagem: Amancio Chiodi)

O cineasta e fotógrafo Guilherme Becker, neto da atriz, nasceu cinco anos após sua morte e é o guardião de seu acervo desde os 13. Com ele estão preciosidades como figurinos, fotografias, móveis, manuscritos, prêmios e até vidros de perfume. Ele participará da live de Leona e de outra no mesmo dia, com Patricia Boggero, diretora do Teatro Cacilda Becker. Também sonha em roteirizar a vida da avó em um filme e sairá à procura de uma parceria com outro cineasta “assim que todos puderem respirar melhor”.

Cacilda segue encontrando, como sonhado por ela, plateias e mais plateias. Viva Cacilda Becker!

 

*trechos de “Cacilda”, música de José Miguel Wisnik para o espetáculo Cacilda!, de Zé Celso Martinez Corrêa

 

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