Revista Observatório 31 | Apresentação Itaú Cultural
29/03/2022 - 10:00
“A arte é uma garantia de sanidade.” Essa frase, usada em obras e entrevistas pela artista Louise Bourgeois (1911-2010), é cada vez mais atual. Durante a pandemia de covid-19, nos últimos dois anos, a expressão artística e a criatividade ajudaram mais uma vez as pessoas a encontrar acolhimento, bem-estar e melhoria da saúde mental.
Foi o que mostrou a pesquisa Hábitos culturais II, realizada em conjunto pelo Itaú Cultural (IC) e pelo Datafolha no primeiro semestre de 2021. Para 44% dos que realizaram ao menos uma atividade cultural ao longo de 12 meses, a iniciativa melhorou a qualidade de vida; 48% dizem que diminuiu o estresse e a ansiedade; 55% apontaram melhora no relacionamento com outras pessoas da casa em que vivem. E mais: 49% perceberam diminuição da solidão e 51% relataram diminuição da sensação de tristeza.
Dessa forma, a Revista Observatório Itaú Cultural visita e amplia a discussão com o tema Arte, cultura e saúde mental em sua 31a edição. Vale lembrar que, entre 2017 e 2018, a psiquiatra Nise da Silveira foi a homenageada do programa Ocupação, com uma exposição, um site (itaucultural.org.br/ocupacao) e uma publicação que contavam sua história singular: uma mulher que costurou com a ciência e a arte um modo de melhorar a vida de pacientes psiquiátricos e ressaltou a importância do afeto nesse conjunto.
Arte e cura são companheiras. E esse mote perpassa constantemente por variadas produções, de Lygia Clark a Tunga ou na abordagem artística do povo Huni Kuin.
Em 2021, o IC promoveu o seminário Arte como respiro, lançando luz mais uma vez sobre a ideia. O tema é destaque também na exposição que entra em cartaz na organização em maio deste ano, criada a partir do legado e da trajetória de Arthur Bispo do Rosario (1909-1989), que viveu na Colônia Juliano Moreira, no Rio de Janeiro, e produziu um dos mais importantes conjuntos artísticos da arte contemporânea.
Eduardo Saron
diretor do Itaú Cultural